Celso Antônio Silveira é homenageado com o lançamento de livro.
Artista plástico é pouco conhecido no Maranhão.
Obras que imortalizaram um artista que teve tanta influência nas artes plásticas do país no começo do século XX. Celso Antônio Silveira de Meneses é maranhense, nasceu na cidade de Caxias, em 1896 e morreu no Rio de Janeiro em 1984, aos 88 anos.
Apesar de ser um dos expoentes das artes plásticas, Celso Antônio quase não é lembrado, principalmente no Maranhão. A única obra do artista em São Luis é o busto de Antônio Lobo, que fica no largo da igreja e do seminário de Santo Antônio, no centro da cidade.
Para relembrar a vida e a obra de um dos gênios da arte brasileira que estava esquecido, o pesquisador e escritor Eliézer Moreira lançou um livro sobre o maranhense que foi pintor, desenhista, mas se tornou conhecido pelo talento de escultor.
“Fiquei extremamente surpreso em saber como um homem celebrado, tão genial é desconhecido em sua terra. Aí resolvi mergulhar em sua vida e obra, pesquisando e conhecendo a família do Celso”, explicou o escritor Eliezer Moreira, autor do livro.
Celso Antônio chegou ao Rio de Janeiro em 1913. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes e depois foi estudar na França. Em Paris, conviveu com outros brasileiros que já militavam na arte como Di Cavalcanti, Villa-Lobos, Anita Malfaltti e Tarsila do Amaral.
De volta ao Brasil, nos anos 20, morou em São Paulo onde esculpiu o monumento ao café em campinas e bustos de pessoas que formavam a elite paulista da época. Fez ainda esculturas que ornamentam até hoje o Cemitério da Consolação.
No Rio de Janeiro, um dos os mais importantes trabalhos de Celso Antônio foi a construção do Palácio Capanema que uniu arquitetura e arte.
Mas foi a estátua do trabalhador a obra que maiss deu o que falar. A polêmica começou porque o presidente da República na época queria uma estátua clássica... O maranhense, envolvido com o modernismo fez o contrário. Criou a escultura de um trabalhador autêntico, simples, com um rosto marcado pela miscigenação e ainda com um avental.
Provocou críticas e a estátua ficou muito tempo guardada até ser levada para Niterói, onde está exposta. “Criou uma grande polêmica nacional, sobre a discussão do que é belo. O que vale na arte é o belo ou a técnica, a concepção? Isso despertou uma discussão que continua até hoje”, acrescentou Eliézer.
O maranhense Celso Antônio se tornou um dos nomes mais importantes da escultura brasileira por usar a arte como forma de expressar ideias... sonhos... “Ele é o iniciador da arte moderna brasileira e como todo pioneiro, é uma mistura de Deus com o diabo. Por um lado ele é uma personalidade ‘maldita’ e por outra um ser sobrenatural, que ninguém entende. De tal maneira, que ele termina não morrendo e sim desaparecendo”, disse o artista plástico Jesus Santos.
“Esse é um momento muito importante para as artes maranhense e de Caxias. Lá ele já é homenageado como patrono da cadeira de número 17, que leva seu nome”, explicou Jacques Medeiros, membro da Academia Caxiense de Letras.
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