O mais recente foi o que aconteceu na última quarta-feira, quando o motorista José Soeiro da Silva Neto, 50 anos, foi vítima de atropelamento por um ônibus que fazia a linha Circular 2, da empresa Expresso 1001. O acidente ocorreu em uma das entradas do terminal de integração Cohab/Cohatrac. José Soeiro, morador da Via Local 214, quadra 213, casa 3, no Parque Vitória, seguia na moto Suzuki de placa NMW 5070, e foi atingido pelo coletivo durante uma tentativa de ultrapassagem, no momento que o ônibus entraria no local. Quase na mesma hora, outros dois motociclistas sofreram acidentes, sem mortes. Esses foram na Avenida Carlos Cunha.
Conforme dados fornecidos pelo Detran-MA, até o mês de junho deste ano, já foram emplacados mais de 46,4 mil motocicletas, o que representa um acréscimo de 56% na frota de veículos deste porte, se comparado com o quantitativo do mesmo período do ano passado, que fechou com 82.249 motocicletas novas na rua, o que representa 61% da frota total de veículos da cidade.
Alguns usuários dos automotores de duas rodas consideram que, o aumento do número de motos nas ruas de São Luís se dá pela grande quantidade de engarrafamentos a que a cidade está submetida todos os dias. E, a fim de fugir destes, o único jeito é comprar um veículo que possa chegar mais rápido ao seu destino, livre de qualquer empecilho no trânsito. "Tenho carro, mas durante a semana uso moto por conta do engarrafamento. Entretanto, admito que é perigoso andar de moto pelas avenidas de São Luís", revela o motoboy Luis Gonçalo.
Para o coordenador de educação para o trânsito do Detran-MA, Roberval Lopes, as infrações que envolvem motociclistas, tem como principais responsáveis, o próprio condutor. "Quando digo 'o condutor', significa, sua falta de atenção e respeito à sinalização e às regras do Código de Trânsito Brasileiro como: ultrapassar pela direita, estacionar em local proibido, exceder os limites estabelecidos pela via, avançar sinal vermelho, fazer conversões proibidas e outras mais", relaciona Roberval.
Mas segundo ele, não se pode apontar, de fato, quem são os culpados dos sinistros entre carros e motos, visto que a responsabilidade é de quem não respeita as regras de trânsito, seja ele condutor de motocicleta ou automóvel. "O ideal é que não prendamos nossa atenção sobre de quem é a culpa, mas sim o que devemos fazer para não haver tantos casos de infrações, pois a sociedade de modo em geral, tem sua parcela de responsabilidade, ou seja, os governos oferecendo boas estruturas para os automóveis circulem com facilidade, condutores mais conscientes de seus direitos e deveres, e, é claro, mais educação, gentileza, cortesia e evitar discussões no trânsito", ressalta o coordenador de educação para o trânsito do Detran-MA.
Roberval ainda frisa que uma das medidas a serem tomadas para reduzir esses números alarmantes de infrações envolvendo motociclistas é a auto-conscientização de cada cidadão. "%uF020O que deve ser feito é cada pessoa, seja ele condutor, pedestre, ciclista respeitar mais as regras de trânsito, obedecer à sinalização nas vias. Com base nisso, o Detran-MA tem realizado campanhas educacionais com a finalidade de mobilizar e despertar a consciência dos condutores de modo geral, levando informações sobre os cuidados e comportamentos que todos devem ter e manter durante a condução do seu veículo", completa.
O preço das infrações
Criado pela Lei 6.194/74, o Seguro DPVAT cobre vidas no trânsito. Como o próprio nome diz, ele indeniza vítimas de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre. Somente em 2010, o Seguro gastou R$ 2,296 bilhões com o pagamento de indenizações por morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares, em favor de mais de 252 mil vítimas de acidentes de trânsito ou a seus beneficiários. Esse valor foi superior em R$ 262 milhões (13%) ao montante pago em 2009. Nos últimos 5 anos (2005-2010) houve um aumento de R$ 1,480 bilhão nas despesas com indenizações, o que equivale a um crescimento de 181%.
Somadas todas as categorias de veículos cobertas pelo Seguro DPVAT (carros, motos, ônibus e caminhões), foram pagas 50.780 indenizações por morte, 151.558 indenizações por invalidez permanente e 50.013 reembolsos de despesas médico-hospitalares. Mais de 60%, ou seja, 153.341 indenizações foram pagas a vítimas de acidentes envolvendo motos, que representam apenas 26,38% da frota nacional.
Leciane Oliveira, atendente da Capemisa Seguradora de Vida e Previdência S/A, que trabalha com Dpvat no Maranhão, diz que esse aumento se dá por conta da divulgação do seguro. "Antes as pessoas não conheciam o Dpvat, logo não utilizavam. Mas agora como estão sendo feitas várias campanhas para disseminá-lo, a procura aumentou bastante, mas ainda assim, aqui na seguradora, é pouca a quantidade de pessoas que nos procuraram buscando dar entrada em processos do seguro", explica a atendente
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