quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Viaduto de Alcântara sem substituição à vista Provisória há quarenta anos, a estrutura metálica teve uma "deslocação" esta quarta-feira, o que tornou caótica a manhã lisboeta. Mas não existe qualquer previsão de quando um novo viaduto será construído.







A construção de um novo viaduto em Alcântara, em substituição da estrutura metálica que esta quarta-feira teve problemas num dos pilares, está oficialmente prevista pela Câmara Municipal de Lisboa desde o fim de 2014. No entanto, a autarquia não sabe quando é que o dito viaduto poderá ser construído, uma vez que a solução está dependente de outras entidades.
A ligação rodoviária entre a Rua de Cascais/Avenida de Ceuta e a Avenida de Brasília, por cima da Linha de Cascais, é uma das obras programadas no Plano de Urbanização de Alcântara, aprovado pela Assembleia Municipal de Lisboa em Dezembro de 2014 e publicado em Diário da República em Fevereiro do ano seguinte.
unca foi definido, contudo, um prazo para a sua concretização. O Plano de Urbanização de Alcântara, muito polémico e aprovado apenas com os votos da maioria socialista, começou a ser pensado em Março de 2008 e sofreu várias mudanças até ser finalmente aprovado seis anos depois. Uma primeira versão desse plano previa, por exemplo, que a linha ferroviária fosse enterrada e ligasse as estações de Alcântara-Mar e Alcântara-Terra entre si e a uma futura estação de metro.
Com a chegada da troika, essas ideias ficaram adiadas. O mesmo aconteceu com o viaduto. “O viaduto que estava previsto construir para ligar a Rua de Cascais e a Avenida de Ceuta à Avenida de Brasília foi retirado de primeira prioridade e passou também para muito mais tarde”, disse o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, na sessão da assembleia municipal que aprovou o plano, em 2014.
Num dos documentos que então foram votados pode ler-se que “parte-se do princípio que, numa primeira fase, não serão construídas” seis infra-estruturas previstas no plano. As mesmas “só serão executadas mais tarde, quando as condições económicas e financeiras o permitirem”. Nesse documento é apontada ainda outra razão: “A manutenção do acesso ferroviário entre as estações de Alcântara-Terra e a zona portuária inviabiliza a construção do viaduto que liga a Av. Brasília à Av. de Ceuta, não sendo viável, de acordo com informações da Refer, a construção de acessos ferroviários alternativos à superfície”.
Isso mesmo foi sublinhado esta quarta-feira por uma fonte da autarquia, em resposta a perguntas do PÚBLICO, que procurou saber porque é que ainda não se avançou com a construção de um novo viaduto. “O plano consiste em directrizes que estão previstas para o território”, disse, mas “há várias entidades envolvidas” na definição das acessibilidades da zona. A autarquia espera, nomeadamente, pelas medidas concretas do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Porto de Lisboa, apresentado na semana passada, e que contempla a “reorganização do terminal de contentores de Alcântara”. A Infraestruturas de Portugal (herdeira da Refer e gestora das linhas férreas) é outra entidade que tem de se pronunciar.


Últimas obras foram em 2005

Em 2014, Manuel Salgado explicou que “em contrapartida” a esse adiamento sine die “foram propostas pequenas alterações aos viadutos metálicos, mantendo os viadutos metálicos em funcionamento”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário